Hoje vamos bater um papo sobre criar hábitos alimentares saudáveis para nossos filhos e como podemos modificar os hábitos que não fazem tão bem e já estão instalados.
O bebê está o tempo todo recebendo estímulos assim é capaz de assimilar aquilo que lhe é ensinado, em outras palavras, tudo de bom que podemos ensinar à uma bebê desde pequeno ele conseguirá absorver e se acostumar com isso, da mesma forma em que as coisas inadequadas se forem constantes o bebê também se acostumará. Daí então a importância de criarmos os hábitos saudáveis desde pequenos.
Pensando na alimentação como um processo apreendido, nós (mamães, papais, avós, babás) somos totalmente responsáveis por conduzir e mediar este processo da forma mais saudável possível. Surge a primeira pergunta: O que você considera saudável? Não é meu papel como fonoaudióloga falar aqui sobre nutrientes e quais os alimentos devem ser oferecidos. Vamos conversar sobre como podemos mediar uma situação para que o bebê tenha uma boa relação com a comida, possa favorecer o desenvolvimento e também os impactos desses hábitos saudáveis na musculatura orofacial e na fala.
É importante primeiro uma reflexão de como são os hábitos alimentares da família, então algumas perguntas para você refletir. Você se alimenta assistindo televisão? Você se alimenta com o celular do lado? Assistindo Stories do Instagram? Você se alimenta ouvindo música? Sua família se reúne à mesa para alguma das refeições? Cada pessoa na sua casa se alimenta em um horário? Todas essas reflexões servem principalmente para lembrarmos que os adultos são modelos, ou seja, se você se alimenta na frente da TV ou usando o celular provavelmente seu filho vai achar isso supernormal, e também é muito provável que vocês dois não estão prestando atenção no alimento. E, principalmente cobrar que ele se alimente a mesa, sem o celular ou tablet (uma vez que você se alimenta assim) é completamente contraditório.
Então a primeira dica para mudança dos hábitos dos seus filhos é refletir e analisar os seus hábitos alimentares e da sua família. Seja o exemplo que você gostaria que seu filho vá se espelhar. Afinal aquele papo de: “Faça o que eu falo e não faça o que eu faço”, já não cola mais, né!
Prestar atenção ao que está sendo realizado no momento da alimentação é um preditivo essencial para o ato de aprender a comer (bem), isso significa que quando estamos com todos nossos sentidos (visão, olfato, tato, paladar e audição) voltados para aqueles alimentos à serem explorados, auxilia o cérebro a criar uma memória substancial para aquele alimento.
E assim, a segunda dica é: Permita que seu bebê explore o alimento com os cinco sentidos. Ele precisa ver o alimento (preferencialmente cores separadas e não aquela sopa toda batida), sinta os diferentes cheiros (inclusive durante o preparo), toque o alimento – pegar o alimento com as mãos é incrivelmente enriquecedor. Os alimentos devem ser oferecidos preferencialmente separados para que o bebê experimente o sabor de cada alimento e crie uma espécie de significado no cérebro para cada alimento, fale para o seu filho o que ele está comendo, assim ele conseguirá associar todos os outros sentidos com o “nome” daquele alimento e você favorece a linguagem e a fala do seu filho.
Não menos importante do que as dicas anteriores, é a qualidade dos alimentos, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria no guia de nutrologia infantil dispõe que se deve EVITAR: açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, guloseimas nos primeiros anos de vida. Ou seja, quanto mais comida de verdade você oferecer ao seu bebê melhores hábitos você desenvolverá nele. Seu filho precisa de uma variedade de consistências e sabores para que ele seja capaz de manter uma mastigação eficiente (manter musculatura orofacial saudável), para conseguir adquirir e produzir fonemas adequadamente. E geralmente, os alimentos citados anteriormente não favorecem a mastigação porque são alimentos moles e de fácil mastigação, exigindo pouco, ou quase nada, na musculatura envolvida na fala.
Espero que tenham curtido essas três dicas, no próximo post darei mais algumas para que você favoreça hábitos saudáveis aos seus filhos.
