Lembrando que a recomendação da OMS (organização mundial de saúde- colocar o link) é o Aleitamento Materno Exclusivo até os seis meses de idade (nada de chás, complementos, sucos e nem água), esta recomendação ocorre porque o leito materno é o ÚNICO alimento que contém TODOS os nutrientes que seu bebê precisa até o sexto mês, sendo assim, ainda seguindo a recomendação da OMS o AM deve-se manter até os dois anos ou mais.
Se você gestante, mãe ou pai quer seguir nesta jornada sobre AM porque já sabe dos inúmeros benefícios é importante saber as possíveis dificuldades para conseguir identificar, buscar ajuda quando necessário para evitarmos o desmame precoce.
Existem inúmeras dificuldades na amamentação de cunho emocional (na minha experiência, geralmente acabam virando dificuldades reais) e os aspectos físicos (frênulo lingual curto, dificuldade de sucção, bicos mais difíceis). Porém independente da dificuldade (emocional, física…) em alguns casos podem ser identificados precocemente e logo solucionados e outros muitas vezes são subdiagnosticados ou as vezes considerados normais (por exemplo sentir dor).
A dificuldade que ganha disparado de queixa no meu consultório é a dor ao amamentar. E neste caso precisamos avaliar não só a mamada propriamente dita, mas como o binômio mamãe bebê e os fatores que estão levando esta dor (dentre eles pode ser pega inadequada, alterações motoras orais, postura, fatores deletérios).
Outra muito comum são as fissuras, elas vêm junto com a dor (uma mamãe pode sentir dor ao amamentar e não ter fissura, mas geralmente quem tem fissura sente dor também). A fissura ou também conhecido como trauma mamilar tem diversos graus, uns sangram outros não, mas estão intimamente relacionados com pega inadequada e precisam o quanto antes serem avaliados por um especialista, para INDICAR O TRATAMENTO E IDENTIFICAR A CAUSA. Porque você pode até corrigir a pega na hora, mas se a causa se manter pode ser que fique sempre prejudicado.
Mastite é inflamação do tecido mamário acompanhada por infecções e segundo o site do Hospital Albert Einstein têm a incidência de 10% das mulheres que amamentam. Comumente correlacionadas a aumento e acúmulo de leite (por isso é mais comum na apojadura) e lesões mamilares. Os sintomas são: vermelhidão na mama, dor (e geralmente no local do vermelhão), sensação de fisgadas, um inchaço na região, e mãe pode ou não ter febres. É muito importante iniciar o tratamento o quanto antes para evitar complicações como abcessos.
Pouco Leite, dificuldade de ganho de peso, necessidade de complemento: Vou falar das três queixas juntas porque elas geralmente aparecem em conjunto. O bebê está com dificuldade em ganhar peso logo precisa entrar com complemento e então afeta produção de leite da mãe (em um praticamente ciclo vicioso onde é difícil identificar o que apareceu antes). Sendo assim, vale a máxima de: cada caso é um caso, se você tem ou teve essa dificuldade peça ajuda de um especialista em amamentação. Para avaliar o que está acontecendo e como fazer para sair deste ciclo. Vale deixar claro que não estou descartando (as vezes) a necessidade do complemento, porém tão importante quanto prescrever é realizar o trabalho para retirar e priorizar o AME. Sem descartar também que existem as alergias se todo o restante (pega, quantidade de leite, efetividade da mamada) já foram avaliados, para isso é necessário um trabalho em equipe (Pediatra e Fonoaudiólogo).
Aspectos emocionais: Deixando de lado os diagnósticos psicológicos. Os aspectos emocionais podem interferir na quantidade de leite, na hora de colocar o bebê no peito, na mãe acreditar que é capaz de nutrir seu filho, por isso que é muito importante entender todo contexto familiar, quem está com a dupla Mãe e bebê diariamente e além disso saber o que estas pessoas falam para esta mãe que está com dificuldade, a rede de apoio envolvida. Já ouvi muito (mas muito mesmo) mães que querem muito amamentar, mas a sogra, irmã ou qualquer outro membro da família fala diariamente para ela dar o complemento porque a criança não para de chorar e está com fome, que tudo bem dar a mamadeira e por aí vai. Gente, por favor isso não se fala para nenhuma mãe, ok?
Ao invés disso, dê a ela de presente uma consultoria em amamentação. Será Mais útil.