Oi pessoal, já é sabido por nós que uma criança de 1 ano e 6 meses já é capaz de produzir uma frase simples com duas ou três palavras, por exemplo: “qué essi; é meu; dá bóia”. E é claro que existem as variações de tempo, algumas crianças produzem frases com mais trocas nos fonemas, outras menos, algumas produzem frases apenas com 1 ano e 10 meses. Mas, quando a criança tem dois anos e só fala: Mámá, papa, qué, ati? E, aí?!
Bom é sobre isso que vamos conversar hoje, sobre o atraso de linguagem?
Como o próprio nome diz, atraso de linguagem, é uma criança que ficou além da idade esperada para adquirir a linguagem. Exemplificando uma criança de 2 anos e 3 meses com um vocabulário de aproximadamente 30 palavras e que ainda não produz uma frase com 3 vocábulos (eu qué boia). Neste momento é muito importante que os pais, mães, avós, escolas e pediatras já identifiquem que, esta criança PRECISA SER AVALIADA PELO FONOAUDIÓLOGO. Coloquei em letras maiúsculas porque é fundamental deixar claro que este padrão de fala/linguagem não é esperado e o fonoaudiólogo vai identificar o porquê. Esperar até os 5 anos (como eu já ouvi, infelizmente) é um desserviço para a criança. Até porque uma criança de 5 anos já constrói frases completas sem trocas esperar até seja lá, qual idade for é ter que voar atrás do prejuízo em invés de correr atrás dele.
Dentre alguns motivos que estão relacionados com o atraso de linguagem podemos citar: Deficiências auditivas, cognitivas, causas neurológicas, falta de estimulo, ambiente que a criança está inserida.
Uma das primeiras perguntas que faço quando recebo uma criança com queixa de atraso de linguagem é saber como foi o desenvolvimento e a saúde auditiva desta criança. Saber se esta criança ouve é imprescindível para continuidade da avaliação de linguagem, por isso, papais e mamães é comum, encaminharmos a criança para o Otorrinolaringologista para avaliar os aspectos auditivos. Uma criança que não escuta bem, terá muito mais dificuldade em identificar os sons e desenvolver a fala. Faz sentido não é mesmo?!
Outro tópico que citei são as questões neurológicas e cognitivas, que são também aspectos que entram no rastreio do Fonoaudiólogo, isto porque a linguagem é uma função mental superior muito (mas muito mesmo) complexa. São necessários que diversas áreas do nosso cérebro trabalhem em harmonia para que fala ocorra. Quando falamos de um cérebro em aquisição da linguagem, caso ocorra um déficit, é importante identificá-lo o quanto antes para que sejam criadas estratégias para facilitar o processo de desenvolvimento/ aprendizado da linguagem.
Existem também outros dois motivos que eu citei, mas por hora vou parar aqui, isso porque os outros motivos merecem uma explicação, dados estatísticos, estudos recentes, e se eu colocar tudo em um post vai ficar cansativo.