Pessoal, eu sou da época da internet discada (era cobrada por pulso), do computador com disquete, e a capa do trabalho da escola, era incrível quando feita no Word art (que época gostosa). Acredito que muitos ou alguns viveram esta época também, e com uma velocidade muito grande, vimos tudo que era realizado em diferentes dispositivos (fax, scanner, computador, telefone) ficarem acessíveis na palma de nossa mão. Ah, como nossa vida ficou mais fácil não é mesmo?! E hoje, nós vivemos em uma época que as crianças praticamente já nascem sabendo desbloquear o celular. Pensando nisso, resolvi dividir com vocês a importância de ter a tecnologia como nossa aliada.
Bom quando eu me formei (se você ainda não fez conta com as informações acima, eu ajudo, fazem quase 12 anos), na entrevista inicial continham informações importantes sobre desenvolvimento (motor e de fala) bem como todos os outros dados importantes. Porém não tinha uma pergunta relacionada ao acesso da criança ao computador, porque há uma década, isso não tinha tanta relevância. Porém, hoje faço questão de perguntar quanto tempo por dia a criança fica exposta à smartphones, ipad, tablet por dia. Isso porque existem vários estudos que fazem uma relação importante sobre o tempo de exposição (horas/dia) e o desenvolvimento de linguagem.
É tão importante termos uma atenção a isso que instituições como a Sociedade Brasileira de Pediatria, divulgam documentos com recomendações quanto ao uso.
Eu não estou dizendo que as crianças não possam ter acesso à tablet, smartphones e etc… (inclusive eu uso em algumas terapias para estimular linguagem), mas o que eu quero deixar claro hoje, é que estes recursos devem ser usados como exceção e precisa ter muito atenção, cuidado e principalmente parcimônia. Existe uma frase que cabe neste contexto: “a diferença entre o remédio e o veneno, é a dose”; é exatamente sobre isso. Vejo que é comum o tablet ser o remédio (remédio para criança brincar, para ficar dentro do carro, para ir em um restaurante, para ir em um evento de adultos) porém, isso pode ser um veneno, porque é exatamente nestes momentos que a criança têm a possibilidade de conversar, adquirir vocabulário, escutar uma música, trocar turno, fazer perguntas, ou seja, enriquecer o vocabulário. Porém se ela fica passiva ao estimulo (usando do tablet) ela perde todas estas possibilidades.
No documento publicado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, eles informam alguns números divulgados pela a TIC KIDS ONLINE-Brasil que em 2015 estudaram através de entrevistas domiciliares:
Foi um estudo realizado em 350 municípios das cinco regiões do Brasil.
3068 famílias
Pais de crianças e adolescentes entre 9 a 17 anos de idade.
Notou-se:
80% são usuárias da Internet
97% nas classes sociais A e B, 85% na classe C e 51% nas classes D e E.
O uso diário é intenso e 66% acessam a Internet mais de uma vez ao dia.
O telefone celular se tornou o principal dispositivo em 83%.
Importante observar que 1 em cada 3 crianças e adolescentes acessaram a Internet apenas por meio do telefone celular. Sendo que 86% realizaram isso em casa.
Nesta amostra, 21% dos adolescentes deixaram de comer ou dormir por causa da internet.
Outros dados foram mostrados e vou deixar a referencia no final caso tenham curiosidade, mas apenas com o numero que eu mostrei, podemos ter um panorama sobre o impacto do uso em crianças e adolescentes, agora imagine em um cérebro em franco desenvolvimento? Exato, são os casos das crianças antes da fala.
Por esses e outros dados que são divulgados com frequência, é importante a orientação dos riscos em relação ao uso indiscriminados de smartphones, tablets e etc em nossas crianças.
Fga. Leylanne De Robertis
CRFA 2/ 16423