Esta pergunta as vezes parece tão obvia de responder né? Mas ao mesmo tempo, eu vejo que algumas mamães e principalmente as puérperas ficam com em dúvida em qual o momento eu consulto um profissional. E o objetivo do post de hoje é deixar isto mais leve e claro. Quem merece ler? Geral que está envolvida com o bebê. Ok?
De alguns anos para cá, vejo um movimento (principalmente nas redes sociais) de menos romantização do ato de amamentar, apesar de em todas ou quase todas as campanhas de amamentação são com mulheres arrumadas, maquiadas, com unhas feitas e sorrindo e o bebê com a pega perfeita. Porém a amamentação “raiz” é bem diferente das expostas, mas apesar deste movimento de “desromantização” da amamentação ainda eu vejo que este é um dos motivos que as mamães demoram para pedir ajuda, porque de certa forma nas campanhas parece tão fácil, não é mesmo?!
Tem o outro lado também que a mulher já ouviu tanto que amamentar dói, e além de acreditar nisso, ela acha que faz parte do processo, e vai passar sozinho (mesmo que o peito dela esteja com o bico todo esfolado e com muito sangue) e a dor já está quase insuportável que dar o peito é uma sessão de tortura.
Então mães, pais, gestantes, tias, avós e todo mundo. Prestem atenção! Em muitos (mas muitos mesmos) dos casos que eu acompanho em amamentação nos primeiros dias, sim dói (isso porque a região não está acostumada com o estimulo continuo). Porém esta dor não deve se tornar normal por muitos dias, esta dor não vai ser aquela dor de pontada na mama, não vai durar a mamada toda, não vai dar vontade de gritar, e muito menos fazer sair sangue. É uma dor pelo estimulo novo ela não pode ser durante toda mamada (porque isto é um sinal que algo está errado). Significa que Mamãe tem que aguentar esta dor sozinha??? Não! Claro que não. E nesta hora já pode pedir uma ajuda para ver se a pega está correta. Deve sinalizar todos momentos em que sente dor para algum profissional.
Agora que vocês já sabem que a dor ao amamentar existe e sempre temos que avaliar vamos para os principais “momentos” em que deve ter uma avaliação especializada em aleitamento materno.
Lesões mamárias de qualquer tipo. Ou seja, viu que tem algo diferente na mama procure ajuda de um especialista.
Temos as mastites, quando ocorre inflamação no tecido mamário e acomete muitas mamães principalmente na fase da apojadura. Veja o post dificuldades mais comuns na Amamentação.
Ducto obstruído, quando o leite “empedra” no ducto, sendo assim não ocorre a saída de leite, nem sempre associado a dor, porém pode causar outras complicações. Se parece com uma espinha com a pontinha branca no mamilo. Devemos avaliar as roupas usadas e a pega se está correta.
Uso de bico de silicone. Sim, deve se pedir ajuda, principalmente para a retirada deste utensilio (que pode aumentar as chances do desmame precoce).
Dificuldade no ganho de peso / Uso de complemento: Avaliar a eficiência da mamada é fundamental neste aspecto e se for necessário complemento, buscarmos a melhor forma junto com a família para oferecer o leite sem colocar em risco a amamentação (evitar o uso de mamadeiras e etc.).
Retorno ao trabalho: Se quiser continuar com aleitamento materno quando retornar ao trabalho.
Outros: esta “categoria” entra todo o restante como insegurança, medo, falta de uma rede de apoio. Muitas vezes eu sou chamada sem uma queixa que entra nos tópicos que já citei, e quando converso com a mãe e avalio a dupla vejo que a dificuldade esta além de questões físicas e anatômicas a dupla precisa pouco ou quase nada de ajustes mas naquele momento ela busca um apoio, um olhar profissional de que está fazendo certo, que ela consegue e já conseguiu muito até ali, que ela é capaz de seguir em frente.
Nas minhas consultorias, eu sempre deixo meu whats App para perguntas ao longo do processo do aleitamento materno, justamente porque eu acredito que compartilhar e tirar dúvidas que aparecem é importante para seguir em frente. Recebo os mais lindos depoimentos depois de meses e é magico ver o poder que as mães “têm “que superar sozinhas muitas dificuldades.
Então, se você ficou com dúvida deixa seu comentário para eu poder responder.
CRFA/2 16423
Fga. Leylanne De Robertis
