Algumas mães só sabem o que isso significa porque estão sentindo na pele e pode ser doloroso. Conhecem o termo “Mamas ingurgitadas” porque provavelmente alguém da área da saúde deu o “diagnóstico” ou ainda, porque pesquisou. Informação é o nosso poder, fiz este post para você que já passou por isso e também para as gestantes, titias, dindas, pais, dindos, etc. Ou seja, para todo mundo que vive ou viverá perto de um recém-nascido.
Ingurgitamento, é uma palavra um pouco estranha e pouco utilizada no dia a dia. Segundo uma das definições do dicionário, significa distensão de vasos no organismo. Ah, tá legal Leylanne. Mas o que é mama ingurgitada?
– É o resultado do acumulo de leite nos alvéolos mamários. Parece simples né?
Agora que vocês já sabem o que significa MAMA INGURGITADA, vamos entender como funciona este processo.
Quando aparece?
Entre o terceiro e quinto dia após o parto, podem aparecer os primeiros sinais deste ingurgitamento mamário. É conhecido também como apojadura ou descida do leite. Pode ser patológico quando ocorre tardiamente ou quando durar mais tempo que o esperado de forma persistente, geralmente por um esvaziamento inadequado das mamas.
Os sinais de mamas ingurgitadas são:
Mamas quentes, pesadas, endurecidas, brilhantes e dolorosas. Pode ocorrer da mamãe ter um ligeiro aumento da temperatura corporal (em torno de 38º).
Como eu já disse, a apojadura, é caracterizada pela retenção do leite nos alvéolos. Os alvéolos aumentam de tamanho ficam cheios e distendidos e acabam comprimindo os ductos lactíferos. Em consequência disso, ocorre uma obstrução do fluxo de leite que aumenta a pressão dentro dos tecidos, que altera a consistência do leite, deixando-o mais viscoso-grosso- surge então, o que popularmente é conhecido como “leite empedrado”. E isso dói. Dói mesmo.
As queixas mais comuns nesta fase, são: “o bebe fica irritado e não consegue abocanhar”; “meu peito está cheio (dolorido), mas o leite não sai”.
Eu vejo que este, é um dos períodos mais difíceis do aleitamento materno, pois a apojadura culmina com a ida do bebê para casa, aumento da capacidade do estomago do bebê ( primeiro dia 5 a 7ml; terceiro dia 22 a 27ml e chega a 45 a 60 ml com sete dias de vida). E a demanda, cobrança para alimentar o bebê é grande.
Respondendo a ultima pergunta.
O que fazer?
Muita coisa pode e deve ser feita neste momento, a primeira de todas, é garantir uma pega adequada, desta forma, as chances da mamada ser efetiva e o consequente esvaziamento adequado da mama é maior.
Porém, em alguns casos o bebê não consegue realizar a pega correta pois a mama está muito cheia. Neste caso- ANTES QUE O BEBÊ SINTA FOME- comece a preparar as mamas, massageando- as.
Sugiro primeiro o “shake” depois, com movimentos circulares, lentos e profundos com a ponta dos dedos comece pela aréola e siga em direção ao tórax. É importante que toda a mama seja massageada. E a aréola macia. Caso sinta muita dificuldade no processo, peça ajuda profissional ( ou de uma consultora em amamentação, ou vá até o banco de leite mais próximo (https://rblh.fiocruz.br/localizacao-dos-blhs).
Quando a aréola está macia fica mais fácil para que o bebê abocanhe e consiga fazer a extração do leite. Não restrinja o tempo das mamadas, e também não determine horários para as mamadas, neste momento é fundamental a livre demanda. Caso o bebê não queira mamar e a mãe sinta necessidade de esvaziar um pouco a mama, realize ordenha manual de alivio. Evite bicos artificiais, alterne a oferta das mamas.
É muito importante que o ingurgitamento mamário seja rapidamente identificado e tratado, porque ele pode evoluir para casos mais complicados como mastite, abcessos mamários.
Nenhuma orientação na internet substitui a avaliação com especialista.
Fga. Leylanne De Robertis
CRFa 2 16423.