Já conversamos um pouco sobre a qual idade ideal para a criança falar; o que esperamos de cada idade; o que vêm antes da fala; como estimular as crianças etc. Entretanto, a aquisição de linguagem é multifatorial, ou seja, muitas coisas corroboram para que ela aconteça. Sendo assim da mesma forma, outras coisas podem ser o motivo das alterações de linguagem, e sobre esses motivos (na área da saúde chamamos de etiologia) vamos falar hoje.
As alterações de linguagem podem ser chamadas de desordens, atrasos ou transtorno (ou qualquer nova nomenclatura que muda regularmente). Mas o fato é: todas são para referir uma criança que está abaixo do que é esperado para sua idade nos aspectos linguísticos.
Quando iniciamos uma avaliação de linguagem, sempre buscamos informações desde a gestação e nascimento. Os sofrimentos fetais e intercorrências perinatais (durante o parto) são fatores que podem interferir no processo de aquisição de linguagem e no desenvolvimento da criança como um todo.
É importante também, saber como é o ambiente em que a criança está inserida, isto dá um norte do quanto a criança é estimulada e se o ambiente “exige” que a criança se comunique (verbalmente). É comum, crianças que convivem com outras crianças (primos, escola, vizinhos) falem mais e mais cedo o que as crianças que ficam somente com adultos na maior parte do tempo. Afinal nós adultos temos a tendência natural dar as coisas ou falar no lugar da criança (tome cuidado, evite isso, estimule a criança a falar sempre que possível).
As internações hospitalares intermitentes ou por longos períodos, é um aspecto que deve ser consideramos ao avaliar uma criança com atraso de linguagem. Além do desgaste físico e de saúde que a criança sofre ao ficar hospitalizada o ambiente fica pobre em estímulos e nas suas variações, logo gera um prejuízo se repetido o processo muitas vezes. Um cuidado especial deve ser dado aos bebês que nascem prematuros e ficam muito tempo internados, ou crianças que ficam hospitalizadas muitas vezes podem principalmente antes do aparecimento da fala.
E para finalizar este artigo as crianças com otites de repetição, com otites crônicas devem ser observadas de perto em seus aspectos de linguagem. A otite, é uma inflamação na orelha que impossibilita a chegada do som em sua plenitude no cérebro. Ou seja, a criança ouve menos (por um de tempo) causando danos se a otite é de repetição ou por longo período se é crônica.
Fga. Leylanne De Robertis
CRFA 2/ 16423